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Compra de terrenos em Curitiba cresce 17% em junho, a disponibilidade de crédito e investimento em imóveis segue atrativo por conta da baixa Selic; evento online do Inpespar trouxe economista para debater setor imobiliário

 

“Atual cenário de juros é propício para investimentos no setor imobiliário”, destacou Lucas Dezordi, economista-chefe da Trivèlla M3 Investimentos, no início de sua explanação no evento “Panorama e Soluções do Mercado Imobiliário no Estado do Paraná”, realizado pelo Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar) — pertencente ao Sistema Secovi-PR –, na última semana e que reuniu proprietários de imobiliárias de todo o Paraná e interessados no tema.

Segundo as estimavas apresentadas pelo economista, a taxa Selic deve chegar em 2% ao ano ainda em 2020, o que é uma taxa de 0,17% ao mês. “O investimento no setor imobiliário é interessante quando você consegue ter uma remuneração do seu patrimônio mais próximo de 0,5% e pode ser mais interessante ainda, se a pessoa consegue alugar, pois ainda há o reajuste do IGPM”, comentou Dezordi.

O economista ainda apresentou uma projeção de que, dependendo da demanda, a taxa Selic deve se manter inferior a 0,41% ao mês nos próximos anos. Dados do Inpespar reafirmam o momento especial de rentabilidade dos imóveis, uma vez que indicam que a valorização média dos residenciais em Curitiba, no acumulado dos últimos 12 meses, foi de 5,49% e que os aluguéis residenciais, no mesmo período, tiveram variação de 8,52%.

Aumento de crédito imobiliário ajudará os demais setores 

Dezordi comentou ainda que a sustentação desse setor do mercado se deve à capacidade de crédito. Segundo ele, em 2010 o estoque de financiamento imobiliário representava 4% do Produto Interno Bruno (PIB) nacional e que em 2019 alcançou a marca de 9,3%. “A estimativa é a de que em 2020 chegue a 9,6 ou até mesmo a 10% do PIB”, frisa. Segundo o economista, desta forma o país combaterá dois problemas sérios o déficit habitacional — que ultrapassa a marca de 8 milhões de moradias — e incentivará a indústria da construção civil que, em termos relativos, é a maior responsável pela geração de emprego. “A economia brasileira não pode, em hipótese alguma, pensar em uma retomada consistente de sua atividade produtiva se não criar um ciclo baseado na construção civil”, argumentou.

Ainda de acordo com o economista, existe um espaço muito grande para crescer a oferta de financiamento imobiliário com taxa livre e os bancos terão que fazer sua função primordial: emprestar no médio e longo prazo para atender as necessidades das famílias e empresas. “Vemos um volume de credito imobiliário da ordem de 20% do PIB em países em desenvolvimento como Chile, África do Sul e China. Já em países desenvolvidos, esse percentual ultrapassa os 80%”, frisa.

Dados locais reafirmam as estimativas e tendências

A última pesquisa do Inpespar apresentou um aumento de venda de terrenos em Curitiba da ordem de 17,3% em junho, na comparação direta com o mesmo período de 2019. “Outro dado interessante apresentado na pesquisa foi que a venda de imóveis comerciais, teve o melhor desempenho de junho dos últimos três anos”, apresentou o presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR, Jean Michel Galiano. “O aumento ou facilidade da contratação de crédito também aparece: 70,7% das compras de imóveis usados, no último trimestre, utilizaram financiamento, enquanto 2019, na média do ano, apenas 53,9% dos imóveis foram financiados”, destacou.

Além do economista e do presidente do Inpespar, participaram do encontro virtual o presidente do Secovi-PR, Luiz Langer; os vice-presidentes das regionais Noroeste, Norte, Cataratas e Campos Gerais, respectivamente Reginaldo Landim, Marcos Moura, Jilson Pereira e Carlos Tavarnaro; e os vice-presidente de vendas e locação da entidade, Luciano Tomazini e Leonardo Baggio. O vídeo do evento segue disponível no canal do Secovi-PR no youtube.

Crédito: Divulgação
Fonte: V3 Com