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Despesa excessiva com aluguel responde por 40% do total das famílias incluídas no estudo

 

Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) sob encomenda da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) revelou que o Brasil bateu a marca negativa de 7,77 milhões de residências de déficit habitacional, maior índice dos últimos dez anos – considerando o período entre 2007 e 2017.

Dentre os componentes do estudo, a maior parcela do déficit (42,3%) é relacionada a famílias que têm despesas excessivas com aluguel.

A hipótese para incluir este indicador na pesquisa é que se trata de um sinal da escassez de domicílios no País, fato que obriga 3,29 milhões de famílias a pagarem valores elevados de aluguel, comprometendo em excesso seus orçamentos.

Se este fator for desconsiderado, o déficit cai para 4,48 milhões de unidades, das quais 967 mil são em decorrência de habitações precárias, 3,2 milhões devido a famílias que convivem com outras famílias em um mesmo imóvel e 300 mil para famílias que alugam cômodos e os ocupam como moradia.

Por outro lado, o número pode ser maior se levada em conta a realidade de milhões de brasileiros que moram longe dos grandes centros para encontrar melhores preços e evitar que o aluguel comprometa excessivamente o orçamento. De acordo com o estudo, o custo e o tempo perdido com transporte no deslocamento ao trabalho inserem a questão da moradia no contexto mais amplo da habitação.

Os maiores gargalos estão nas faixas de renda até 1 salário mínimo (40,6%) e entre 1 e 3 salários mínimos (51,1%), somando 91,7% do total deficitário e 100% das famílias que têm ônus excessivo com aluguel.

País tem grande potencial de mercado para novas edificações

No estudo, a FGV projetou a quantidade de moradias necessárias nos próximos dez anos para atender a todas as famílias brasileiras em 2027, tendo como base a proporção de uma família por residência e considerando o fluxo da demanda, isto é, a formação de novas famílias no período. Neste cenário, será preciso entregar 12 milhões de novas residências, ou seja, média de 1,2 milhão por ano.

De acordo com o levantamento, o potencial de mercado para novas habitações no País é grandioso. As 12 milhões de unidades que seriam totalmente preenchidas dentro de dez anos (sem levar em conta fatores econômicos, e sim na hipótese de que toda família teria uma casa para habitar) representam todo o estoque de residências da Califórnia e é ligeiramente inferior à totalidade de moradias de países como Polônia (14 milhões) e Espanha (18 milhões).

Crédito: Divulgação
Fonte: Smartus