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A adaptação do apartamento à realidade do consumidor exige cuidados antes mesmo da entrega das chaves

O mercado imobiliário registrou alta de quase 26% nos lançamentos em 2021 em relação ao ano anterior. Foram quase 266 mil novas unidades, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A oferta acompanha a demanda crescente. No mesmo período, as vendas subiram 12,8% para 261,4 mil unidades. E a procura por imóveis na planta continua como uma das opções mais buscadas.

“Como em todo investimento, há vantagens e desvantagens de adquirir um imóvel na planta, mas temos identificado a preferência por este tipo de aquisição de um ano para cá. Registramos um aumento de 40% na procura para obras em apartamentos novos no início deste ano”, diz Danilo Duarte, cofundador da Conecta Reforma, startup que conecta proprietários de imóveis com prestadores de serviço para execução de grandes reformas.

Tradicionalmente, o imóvel na planta costuma atrair a atenção de quem deseja conquistar a moradia própria ou investir e, ao mesmo tempo, economizar. Isso porque o valor pode ser de 20% a 25% mais em conta se comparado aos apartamentos já prontos. Ao mesmo tempo, o apartamento não está pronto para morar e vai exigir mudanças que requerem atenção. Confira os principais pontos a serem observados:

1 – Planejamento financeiro

Ao decidir comprar um apartamento na planta deve-se ter em mente que o gasto não vai se limitar à entrada e às prestações do financiamento, pois o imóvel precisará passar por uma reforma na entrega, seja mais simples ou mais detalhada. O comprador deve pensar no custo versus o benefício. “Uma das questões a se observar, por exemplo, é a qualidade do material e sua durabilidade. Neste sentido, o barato pode sair caro. O ideal é que o orçamento contemple produtos de primeira linha, para que a pessoa não se arrependa e precise fazer uma nova reforma em pouco tempo, gastando mais”, diz Duarte.

2 – Projeto arquitetônico

Ao contrário do que muita gente pensa, alerta o especialista, o projeto arquitetônico não é um custo supérfluo, mas um investimento importante, que vai dar previsibilidade de como a casa vai ficar. Além disso, melhora o planejamento e o cronograma da obra, quantifica corretamente os materiais e minimiza os erros, proporcionando economia para o proprietário.

O ideal é encontrar um profissional entre quatro e seis meses antes da entrega das chaves para iniciar o projeto. Caso o apartamento não esteja pronto, o cliente precisa ter, no mínimo, a planta baixa, um desenho técnico em escala que mostra o espaço como se fosse visto de cima. Além disso, deve-se buscar um responsável na construtora para obter informações essenciais à elaboração do projeto.

3 – Vistoria

Antes de entregar as chaves, a construtora costuma agendar uma visita com o morador. “Nesta vistoria, certifique-se de que todos os itens acordados com a construtora para entrega estejam em perfeito estado. Após essa etapa, a construtora pode não garantir reparos ou manutenções”, recomenda Duarte.

Também é na vistoria o melhor momento para levar o arquiteto no imóvel, pois ele vai poder fazer as medições e adiantar o projeto enquanto o proprietário não recebe as chaves. Se não for possível fazer a medição do imóvel, o projeto é elaborado com base na planta enviada pelo cliente e no futuro, após ele receber as chaves, é feita uma conferência. Caso haja uma alteração muito significativa, pode ocorrer um reajuste no valor do projeto e no prazo de execução. Em média, a obra demora até quatro meses para ficar pronta, em média.

4 – Busca de garantias

É recomendável contratar uma empresa especializada em reformas para ter a garantia de que os prazos serão cumpridos e de que os profissionais são certificados. É importante buscar referências, conhecer trabalhos executados e exigir a documentação ART, que é anotação de responsabilidade técnica.