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O Eurobusiness, edifício comercial que fica em Curitiba (PR), acaba de se tornar o 1º empreendimento do mundo a receber a certificação LEED Zero Water, pelo órgão internacional U.S. Green Building Council (USGBC).

O selo reconhece o pioneirismo e atesta que o empreendimento é autossuficiente em água, ou seja, trata 100% da água para seu consumo in loco, por meio de um conjunto de soluções sustentáveis, tais como, telhado verde, associado a uma estação biológica para tratamento de efluentes, e um poço artesiano fornecedor de água potável.

O selo foi lançado em novembro do ano passado, durante a Greenbuild Expo de Chicago, nos Estados Unidos. O critério para a certificação é basicamente ter o balanço positivo entre consumo de água potável, reuso e infiltração, ou seja, o consumo de água de reuso e infiltração devem ser superiores ao consumo de água potável.

“Nós já estávamos animados em ter o primeiro prédio comercial LEED Platinum da nossa região. À época da certificação, em 2016, a certificação LEED Zero Water não existia e nós optamos por essa solução porque era o certo a fazer. Agora, podermos mensurar a performance da edificação quanto à produção e consumo de água a partir desse selo, é emocionante”, comenta o desenvolvedor e investidor do Eurobusiness, Marcos Bodanese.

“Felizmente, o prédio já tinha medidores instalados para água potável e outras fontes alternativas. Quando chegou a certificação, foi fácil demonstrar o cumprimento dos requisitos da certificação LEED Zero Water. Era necessário apenas medir o desempenho pelo período de um ano”, comenta o CEO da Petinelli, empresa responsável pela consultoria em sustentabilidade da edificação para certificação LEED, Guido Petinelli.

Para Guido, o Paraná, e mais especificamente Curitiba, ter o primeiro edifício LEED Zero Water do Mundo, simboliza o pioneirismo do Estado. “Para o Brasil, que hoje é o quarto país do mundo com o maior número de edifícios certificados LEED, esse é um marco para o desenvolvimento da construção sustentável”, ressalta.

O diretor técnico da Petinelli, João Vitor Gallo, conta que o conjunto de soluções para autossuficiência em água do Eurobusiness gera uma economia superior a R$ 80 mil por ano, e que o investimento para a sua implantação foi pago já no primeiro ano de operação da edificação.

“O custo já estava previsto no orçamento, uma vez que a cidade de Curitiba tem decretos que exigem que novos edifícios comerciais com área superior a 5 mil m² tenham tratamento de águas cinzas e caixa de contenção de cheias. Adicionalmente, por retirar a caixa de contenção de cheias do subsolo, foi possível implantar duas novas vagas de garagem que trouxeram ainda mais subsídios para instalação da solução de reuso”, explica Gallo.

 

 

Soluções – O edifício de 14 andares trata 100% de suas águas residuais (cinzas e negras) no local através de um wetland (zona de raízes), localizado em seu telhado. As águas residuais tratadas são posteriormente reutilizadas para descarga no vaso sanitário ou infiltradas no local (retornadas à fonte). Nenhum produto químico é usado no processo de tratamento. A água potável é fornecida por um poço artesiano instalado no local.

Para reduzir os custos de instalação e liberar espaço para estacionamento, a Petinelli sugeriu o armazenamento da água da chuva no telhado, onde foi instalada uma lâmina d’água de 11 centímetros. O sistema de piso elevado projetado para uso externo é coberto com cascalho fino, além de macrófitas ou plantas aquáticas. Esse conjunto de elementos constitui parte do sistemta de tratamanto das águas residuais.

Equipamentos e acessórios eficientes foram usados para reduzir o consumo de água potável e, consequentemente, a quantidade de águas residuais geradas. “Isso foi fundamental para o sucesso do projeto, já que a área de telhado era muito limitada”, ressalta Guido Petinelli. O edifício foi projetado para usar 45% menos água (considerando os usos regulados da água) do que o padrão de referência do LEED 2009. Considerando também as fontes alternativas, o uso total de água potável foi reduzido em 82%.

O edifício utiliza várias fontes alternativas de água no local, incluindo água reaproveitada da chuva, água proveniente da condensação do ar-condicionado, infiltração subterrânea e água cinza e negra. Dois terços, ou 65%, de toda a água utilizada foram recuperados (medidos durante 12 meses). Um poço artesiano serve como a principal fonte de água potável do edifício, com autonomia quanto ao abastecimento pela concessionária pública, no caso, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

 

O diretor técnico da Petinelli, João Vitor Gallo, diz que a tecnologia está disponível também para a eficiência de água nos empreendimentos residenciais, que têm um consumo ainda mais elevado. “A grande oportunidade nas residências é o aproveitamento das águas cinzas provenientes da lavagem de roupas ou banhos. Esse volume de água normalmente é o suficiente para zerar por completo o consumo de água para as descargas de vasos, substituindo a água potável. Existe uma série de medidas de controle e segurança no tratamento da água para torná-la apta ao reuso, sem comprometer a saúde dos usuários”, argumenta.

Crédito: Divulgação
Fonte:  MEmilia Comunicação