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Projeto de brechó utiliza-se do consumo consciente tanto no formato do negócio, quanto na concepção dos espaços

 

No último dia 29 de julho o planeta atingiu o limite de produção natural para atender as demandas deste ano. Ou seja, os recursos naturais explorados a partir de agora, já estão roubando o estoque de 2020. Ações que visam poupar o meio ambiente podem ser realizadas nas mais diversas esferas da sociedade e, com atitudes pequenas, pode-se retardar um colapso global. Neste sentido, o projeto realizado pelo escritório Ana Johns Arquitetura é sustentável em dois aspectos: primeiro por se tratar de um brechó – formato de negócio que incentiva o consumo consciente; segundo por apresentar diversas soluções na criação dos ambientes que dispensaram a aquisição de novas peças e deram uma sobrevida para itens já existentes.

O conceito idealizado pelas clientes para a loja era de ser um ambiente que trouxesse a “pegada” sustentável que o brechó representa, mas que também fosse um espaço onde as compradoras pudessem se sentir confortáveis para passar seu tempo ali. Este briefing, aliado ao orçamento enxuto, fez com que a arquiteta Ana Johns optasse por soluções criativas e reutilização de móveis já existentes para compor o projeto. “Grande parte do mobiliário já existia e as clientes falaram desde o início que gostariam que tais itens fossem usados. Ao longo da obra, adquirimos outras peças, após a definição do layout e do estilo que buscávamos para o projeto. Para criar uma composição harmônica, utilizamos elementos mais modernos e neutros, que complementam a decoração e criam esta conexão entre as peças antigas e as novas”, revela Ana.

Mesas, guarda-roupa, estantes, poltronas e objetos de decoração antigos se misturam às araras e expositores novos em uma composição que traz a ideia de vintage. Além disso, peças como malas e uma máquina de costura antiga ganharam a função de prateleiras e mesa, respectivamente, no cantinho do café. “Conseguimos fazer uma composição com os elementos que tínhamos para trabalhar: o pé da máquina, as malas e os quadrinhos, de forma que, mesmo sendo uma combinação de elementos que a princípio não tinham nenhuma relação, trouxe um ar de aconchego, além de ficar bem original!”, comenta a arquiteta.

Outro destaque é a vitrine da loja, onde foram utilizados cabides para criar nichos para expor os produtos. “A inspiração veio do Pinterest, vendo imagens de vitrines diferentes. A referência encontrada combinou não só com o conceito da loja, mas também minimizou a sensação de falta de espaço e pouca visibilidade que tínhamos da vitrine”, complementa. No geral, revestimentos do piso e papel de parede foram trocados, além da pintura ser refeita. A iluminação também ganhou cara nova, com a utilização de trilhos que trouxeram mais luz, com o intuito de valorizar as peças. “As clientes economizaram em tudo o que foi possível, inclusive na mão de obra. Elas colocaram a mão na massa e mostraram que não é preciso de excessos para montar seu próprio negócio. Também é papel do arquiteto adequar o projeto à realidade dos clientes, apresentando soluções criativas e mais sustentáveis com um resultado tão bom quanto o de um espaço com tudo novo”, finaliza.

Sobre Ana Johns Arquitetura:
na Johns é arquiteta e urbanista formada pela Universidade Positivo e mestre em Sustentabilidade e Arquitetura Nórdica pela Universidade de Aalborg, na Dinamarca. Com experiência no ramo desde 2008, a profissional já desenvolveu trabalhos internacionais – no escritório Carvalho Araújo, em Portugal – além de atuar em diversos escritórios renomados em Curitiba, como o Maganhoto e Casagrande onde exerceu a função de gerente de projetos na área de arquitetura de interiores. Com essa visão diferenciada e ampliada da arquitetura, no início de 2016 fundou o escritório Ana Johns Arquitetura, com o objetivo de desenvolver de forma consciente projetos em todas as escalas.

 

 

 

Serviço:
Ana Johns Arquitetura
Rua João Kososki, 357, Ecoville, Curitiba – PR
www.anajohnsarquitetura.com.br

Crédito: Divulgação
Fonte: 203 Comunicação